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Parto Normal Camila – Nascimento Ana

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O parto da Ana começou não sei bem quando…
Se foi aos 15 anos quando escolhi seu nome e me vi destinada a casar e ter filhos;
Se foi no nascimento do Marcos em que por sua decisão como um bom reizinho, resolveu ficar pélvico e vi meu tão ansiado parto normal escapulir das minhas mãos;
Se foi na minha primeira consulta com a Bia onde vislumbrei um novo desfecho para uma nova gestação; ou
Se foi 13 dias antes do dia 15/06 quando estava com 38 semanas + 5 dias e iniciei pródromos que muito me moldaram para o grande dia – seja no preparo do colo, seja no preparo da minha mente , me obrigando a lidar com a minha ansiedade e falta de controle nessa situação- como disse a Bia “pródromos – leves para o corpo, pesados para a ansiedade” e de fato foram tão fortes que me fizeram duvidar da minha capacidade de entrar em trabalho de parto e parir.

Foto Parto Normal Humanizado com a  equipe da Obstetra Bia Herief  na Perinatal Barra -  Baby Ana - Mãe Camila

Bom, seja qual for o início, o fato é que há 13 dias contrações moderadas começaram com ritmo e duração irregulares, mas me fizeram achar que era o grande dia, então chamei minha equipe vindo minha doula Rebecca e minha Enfermeira obstétrica Ana me verem em casa. “Colo posterior/ alto e com 2 cm de dilatação, vamos ver se vai evoluir ou não , no momento não é trabalho de parto” – disseram tentando me passar tranquilidade. Na mesma madrugada as contrações foram perdendo ritmo e cessaram. Tive consulta com minha obstetra Bia no dia seguinte e ela calmamente me fez reduzir a ansiedade e confiar no processo. Confiei ansiosamente no processo e fiz acupuntura no mesmo dia!
Dias se passando e nada de fato acontecendo, “será que ela desistiu de sair?”, “É igual ao pai, bem calminha” … tudo passando na minha cabeça e eu com síndrome de ninho arrumado deixando a casa sempre pronta e fazendo exercícios e mais exercícios. Nada demais acontecendo… festa junina, praia, shopping, ifood, mais acupuntura e nada! Bom, dias e dias nessa espera até que terça 13/06 as contrações voltaram a ser desconfortáveis, porém seguiam irregulares e cessaram pela manhã seguinte… “caramba, de novo pegadinha da malandra?!” 

Foto Parto Normal Humanizado com a  equipe da Obstetra Bia Herief  na Perinatal Barra -  Baby Ana - Mãe Camila

Fiquei super frustrada, impaciente e crente que nunca iria parir… Rebecca e Ana vieram na minha casa a tarde trazendo momentos de calmaria e muita troca, com escalda pés e várias tentativas de me manter menos ansiosa, indo embora a noite já. Por incrível que pareça, foram elas saírem pela porta que as contrações desconfortáveis e irregulares voltaram, “aaaah não acredito que vou ter pródromos de novo essa noite e nada vai acontecer” – já logo pensei irritada. Segui jantando, porém as contrações -ainda irregulares – estavam mais fortes, mas fui dar banho no Marcos e fazê-lo dormir. Nessa hora, as contrações já eram mais dolorosas, porém sem ritmo e eu ficava bem entre elas. Resolvi voltar pro chuveiro e Paulo já estava achando estranho e ficava me mandando falar com a Rebecca. Eu não queria, porque estava certa que se travava de pródromos, afinal, nunca ia entrar em trabalho de parto, mas 22:13 mandei pra Rebecca que as coisas estavam estranhas:
“Me diz se é normal,
É uma dor que parece que você vai morrer,
Dói lombar (parece que tá abrindo o sacro),
Dói períneo (que parece que tá rasgando),
Dói as pernas (que parecem que vão falhar de peso e dor),
E dói a barriga que tá dura.
É isso mesmo?”

Foto Parto Normal Humanizado com a  equipe da Obstetra Bia Herief  na Perinatal Barra -  Baby Ana - Mãe Camila

Bom, ela riu e disse que sim e me mandou contar as contrações … não queria, porque afinal “ eu não estava em trabalho de parto, não adianta contar”, mas o Paulo contou e que sorte que ele tava vendo! Às 22:28, Paulo precisou assumir o telefone, já estava com uma dor insuportável, “vou morrer” era o que passava na minha cabeça direto e ele contabilizava contrações longas e com intervalos regulares e ritmados… era trabalho de parto! Eu não acreditava e falava que daqui a pouco iam perder o ritmo e parar com o nascer do sol como sempre e ele já vendo que não era somente isso, falou com a Rebecca que pediu um vídeo meu . Ela, ao ver o vídeo, já falou “fala com a Bia”. Bia respondeu prontamente e mais uma vez Ana e Rebecca estavam a caminho da minha casa. “Aí Deus, mais uma visita que vai dar em nada, pega meu biquíni” – afinal, não ia usar o top separado pro parto, porque ele ia ficar molhado e não ia secar pro dia que fosse real … sim seguia incrédula e fazia questão de não olhar as contrações e intervalos. Achava que no máximo era uma fase latente. O Paulo me olhou e disse “latente!?” – já sabendo que estava com padrão de fase ativa, mas não quis me questionar, estava brava e com dor, combinação explosiva. As 23:23, as meninas chegaram, eu brava já logo disse que se aquilo não fosse trabalho de parto, não queria mais, porque tava doendo muito mais que pedra nos rins! Saí do chuveiro e me examinaram:

6 cm de dilatação com colo fino, todos se posicionaram na cama e sentaram. Eu perguntei “então é isso mesmo? É trabalho de parto?”, Ana calmamente disse “sim, vamos esperar”. Fiquei em choque, mas logo esqueci dele, porque as dores eram horríveis, minha coxas pareciam que estavam sendo trituradas, cada contração era um grito “minhas coxas!” e dá-lhe massagem nas coxas e pressão na lombar. Rebecca quis me matar e sugeriu um exercício para levantar a barriga durante a contração… que ódio, fiz igual criança birrenta e demorei séculos para fazer 10 repetições! Doeram demais! Quando acabamos as 9, porque me recusei em fazer a última, deitei na cama e foi horrível. “Que posição você quer ficar?”- “No caixão”, sim, repetia em loop que ia morrer e que pedra nos rins era xuxu perto daquilo. Resolvi ficar sentada e segui gritando como nunca e sem conseguir ser plena em nenhuma contração… plenitude era sobreviver a cada dor na coxa, isso sim! Voltei pro chuveiro e ouvi minha playlist, mas durou pouco tempo, a água tava me incomodando a lombar e minhas coxas seguiam doendo… então resolvi lavar o cabelo e saí do banho. Deitei na cama e em uma contração- “ploc” – a bolsa estourou.

Foto Parto Normal Humanizado com a  equipe da Obstetra Bia Herief  na Perinatal Barra -  Baby Ana - Mãe Camila

Rebecca chamou a Ana: “Ana, a bolsa estourou, líquido clarinho do jeito que gostamos” e Ana respondeu “opaaa” e logo avisou a Bia. Rebecca então gentilmente me lembrou que “agora as coisas vão se intensificar” – pensei comigo “mais?! Vou morrer” ou talvez tenha falado em voz alta também, estava completamente sem papas na língua! Mais ou menos nesse momento, por volta das 03:00 da manhã, a Márcia nossa fotógrafa chegou, fiquei feliz e pensei que já estava a horas lá morrendo (não tinha a menor noção do horário)… queria ir embora a todo custo, “quero ir embora”. Rebecca me enganando falando que já estava em casa e eu seguia falando “quero ir embora”. Pois bem, de fato tudo se intensificou e eu voltei pro chuveiro e entre uma contração e outra olhei pro Paulo e disse sussurrando “já começou a rezar? Porque se o expulsivo demorar igual isso tá demorando, eu não vou aguentar”! Coitado, ele sabia o quão rápido tudo estava indo, mas disse calmamente que já estava sim! Veio mais uma contração, “oh não”, essa foi diferente: “chama a Ana, vou empurrar”. Saí do banho e deitei na cama para ser examinada enquanto reclamava: “quero ir emboraaaa”. Ana conseguiu fazer o toque, bem rápido (tão rápido que na hora não soube nada de dilatação e na verdade nem sabia que ela tinha conseguido ver algo!) e logo vieram mais 2 contrações com puxo e um rugido de leão. Ana tirou as luvas e disse “vamos? Chegou a hora”.

Foto Parto Normal Humanizado com a  equipe da Obstetra Bia Herief  na Perinatal Barra -  Baby Ana - Mãe Camila

Nessa hora, eu revoltada fiquei repetindo que queria ir embora e que ninguém me ouvia. Sim, foram 3 puxos apenas para decidirmos ir para a maternidade e às 03:30 mandamos mensagem para minha mãe vir ficar com o Marcos, que seguia pleno dormindo, com certeza que por obra de Deus! Eu não parava de reclamar que “queria ir embora há muito tempo e que ninguém me ouvia” (muito tempo eram minutos e poucos minutos diga- se de passagem) e a Rebecca seguia na saga de me vestir para sairmos de casa. Mais 2 puxos, que vontade de empurrar. Descemos e entramos no carro, Ana fala “Ih! não trouxemos uma toalha” – eu logo pensei: “ela tá achando que vai nascer no carro… que beleza”. Paulo demorando séculos para descer! Rebecca buscou ele no meio do caminho (séculos – 2 minutos, o tempo tava muito relativo nessa hora). Fomos para perinatal, Paulo parecia estar tão calmo, e entre um puxo e outro eu gritava “vai! vai nascer no carro!”. Na esquina da perinatal, um puxo com uma ardência diferente, “oh não, ela tá realmente nascente no carro?!” -pensei desesperada. Chegamos na perinatal 1 segundo depois, Bia me esperando na porta com um sorriso lindo e dizendo:“ tá acontecendo!”. E eu só respondia: “ só vamos, Bia” – puxando ela pelo braço. A segurança então disse “ vocês precisam fazer a identificação” – que despreparo, que raiva que me deu. Gritei “dá licença que eu tô parindo “ abrindo a cancela e logo me jogando no chão com uma contração intensa e com um puxo enorme seguido de um rugido de leão! Sim, ninguém mais pediu nossa identificação!

Foto Parto Normal Humanizado com a  equipe da Obstetra Bia Herief  na Perinatal Barra -  Baby Ana - Mãe Camila

Pulei no elevador, ofegante, parecia um bicho procurando um refúgio, que intenso, tinha um objetivo, chegar em algum lugar para parir! Saí do elevador, outro puxo, me joguei de 4 no chão de novo! Mais alguns passos, outro puxo, me jogo no chão e traumatizo um acompanhante que “tava” passando, coitado, não esperava aquela cena com certeza! Levanto e jogo meu sapato pro alto. A enfermeira do centro cirúrgico me fala “pode vir por aqui”- ainda bem, porque não iria por outro lugar mesmo, queria a menor rota! Entrei no centro cirúrgico e mais um puxo, dessa vez forraram o chão, caramba ia nascer no corredor … “vamos tentar ir pra sala, consegue?” – “posso ir engatinhando?”respondi cogitando seriamente essa possibilidade, mas fui dissuadida e levantei dando mais uns passos. Na sala do centro cirúrgico, arranquei meu vestido com uma mão, olhei o chão e me joguei no meio dele em quatro apoios, agora era o momento de brilhar, quer dizer, gritar! “Paulo, desce”, o homem tava em pé do meu lado, que loucura. Ele sentou a minha frente no primeiro puxo, e depois pediu para ir para trás de mim ver a Ana nascer, deixei óbvio! Rebecca veio para frente me amparar. Mais 3 puxos, “Bia, puxaaaaa”, era a cabeça saindo. Que sensação estranha de que ela voltava quando acaba a contração, repetia “eu vou morrer” e pensava “quero que acabe”. Mais um puxo, a cabeça coroou, achei que tava pela metade – “ eu não acredito que a cabeça tá presa! Eu vou morrer”! Sim, gritos, rugidos e drama! Mais um puxo e ela saiu de uma vez! Ana nasceu, direto para as mãos do papai! Meu Deus, que sensação- “acabou”- jurava que ia pensar “consegui”, mas o alívio foi maior na hora! Que intensidade, que dor, que alegria! No total foram por volta de 5-6 horas de trabalho parto, sendo 05 minutos deles no hospital! Sim, hora de entrada 04:00, hora do nascimento 04:05! Que loucura! Paulo chegou na maternidade em 7 minutos, sim, ele estava correndo, eu só não percebi! E sim, eu jurava que tinham 20 horas de trabalho de parto! Que loucura! Foi mágico, foi intenso, foi doloroso e principalmente foi transformador!

Foto Parto Normal Humanizado com a  equipe da Obstetra Bia Herief  na Perinatal Barra -  Baby Ana - Mãe Camila

Minha EO Ana me disse e eu repito aqui “esse parto foi cura”, e sim, foi cura para a Camila de 15 anos, foi cura para a Camila de 3 anos atrás, foi cura para a Camila que duvidou de si mesma… obrigada Deus pela benção e pela cura!
“Deus não me inspiraria desejos irrealizáveis” – Santa Teresinha
Obrigada Bia, Rebecca e Ana por todo apoio, empatia e cuidado nos últimos meses e principalmente nesses últimos dias e no dia em si! Sei que em um mundo ideal pariria em qualquer lugar “como um bicho”, mas sei que só tive essa potência e possibilidade hoje por ter pessoas como vocês me encorajando e permitindo que as coisas acontecessem de forma natural! Muito obrigada! Vocês serão para sempre parte da minha história!
Paulo, obrigada por embarcar nesse sonho comigo, você foi divino, um perfeito marido e pai! Como sou grata por te ter em minha vida!
Ana, Marcos, obrigada por serem meus filhos, cada um a sua maneira me ensinou e me fez/faz crescer a cada dia! Eu amo vocês mais que tudo!
Deus, Nossa Senhora e Santa Ana, muito obrigada pela graça alcançada!

Obstetra Principal – Dra Bia Herief –  @biaherief

Obstetra Auxiliar – Dra Gabriella Iuorno – @dragabriellaiuorno

Anestesista – Dra Caroline Loiss – @caroline.loiss

Pediatra Dra Renata Tavares-  @nossaediatra

Enfermeira Obstétrica Ana Costa – @anacosta.obstare

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