Métodos variados e muitas dúvidas são naturais durante o período gestacional. Confira algumas particularidades Confira algumas particularidades do parto normal, natural e humanizado.
Uma das maiores dúvidas que acometem qualquer gestação diz respeito aos tipos de partos que existem. Apesar de mais da metade dos procedimentos no Brasil ainda serem cirúrgicos, uma pesquisa realizada pelo projeto “Nascer no Brasil”, coordenado pela Fiocruz, revelou que, no início da gestação, quase 70% das mulheres desejam o parto normal. Embora no imaginário coletivo esse seja o método tido como “ideal”, a questão vai muito além e é importante entender as particularidades de cada técnica.
Isso porque, mesmo dentro da concepção dos partos vaginais, existem critérios que diferenciam os tipos de parto que não necessitam de intervenção cirúrgica. Por isso, é fundamental que as mamães tenham informação suficiente para que tenham poder de escolha no momento de decidir o melhor caminho. Em razão disso, é essencial entender os aspectos de cada parto. Há três tipos que se destacam.
Parto normal
No parto normal, o bebê nasce via canal vaginal, com uma recuperação costumeiramente mais rápida do que em uma cesárea. Além disso, há a chance de o recém-nascido ir diretamente para os braços da mãe e ser amamentado de imediato. Pode ser realizado em diferentes posições e lugares, como de cócoras ou deitada, em uma banheira, no hospital ou mesmo em casa.
Além disso, o parto normal pode ou não precisar de anestesia, analgésicos ou qualquer substância que sirva para acelerar as contrações. Apesar de alguns benefícios em relação à cesárea, como a diminuição das chances de problemas respiratórios do bebê, por exemplo, o parto normal não contempla algumas características advindas de uma de suas vertentes: o parto natural.
Parto natural
Ainda que tenha em comum com o parto normal o fato de não precisar de uma intervenção cirúrgica, o que particulariza o parto natural é a ausência de interferência médica. Também não há uso da ocitocina sintética (medicamento usado em situações específicas para gerar contrações no útero durante o trabalho de parto). Outro detalhe é que, para acelerar a saída do bebê, há a possibilidade de serem utilizados outros métodos como extrator a vácuo, por exemplo. A técnica chamada de natural também faz uso de tratamento com água quente e massagens para diminuir as dores.
Por conta disso e da total ausência de medicamentos, a recuperação nos partos naturais costuma ser ainda mais rápida. Em contrapartida, nos dois tipos (natural e normal), existe a possibilidade de a mãe desenvolver incontinência urinária – principalmente durante o primeiro ano após o parto. Em meio a tantas vertentes, porém, há uma em especial, o parto humanizado, que prioriza o protagonismo da mulher.
Parto humanizado
O termo “Parto Humanizado” não pode ser entendido como um “tipo de parto”.
A Humanização do parto é um processo, uma conduta a ser seguida.
A proposta pela ‘humanização do parto’ entende a gestação e o parto como eventos fisiológicos perfeitos (onde apenas 15 a 20% das gestantes apresentam adoecimento neste período necessitando cuidados especiais), cabendo a obstetrícia apenas acompanhar o processo e não interferir.
Embora faça uso do acompanhamento médico, no parto humanizado são os desejos da mãe que prevalecem. Algumas escolhas vão desde a posição em que o parto vai acontecer, se a mulher quer ou não receber anestesia, e chegam até a intensidade da iluminação. Há também escolha por quem ficará ao seu lado no momento do nascimento. Tudo isso contribui para diminuir o estresse e as intervenções consideradas desnecessárias.
É curioso notar que, para ser humanizado, o parto não necessariamente precisa ser normal. Quando e se a equipe médica detectar uma razão justificável para a cesárea – em casos em que se percebe alguma complicação para a mãe e o bebê, por exemplo –, este procedimento pode ser colocado em pauta. No entanto, alguns elementos ainda conseguem “humanizar” a cirurgia. Atitudes como permitir que a mulher amamente o bebê no momento do nascimento ajudam a tornar o processo mais confortável.
Com isso, o mais importante a respeito do parto humanizado é saber respeitar a decisão da mãe. Mais do que isso, permitir que ela tenha acesso a todas as informações possíveis durante todo o procedimento para que possa agir a partir delas. Esse procedimento, contudo, ainda é considerado um desafio no Brasil, já que, no país, ainda imperam práticas consideradas intervencionistas.
Humanizar é devolver o protagonismo do parto à mulher.
É garantir-lhe o direito de conhecimento e escolha.
É preciso ter cuidados
Em qualquer parto, seja ele normal, natural ou cesárea, é preciso lembrar que os cuidados com a saúde da mãe e do bebê precisam vir acima de tudo. Muitos fatores são levados em conta no momento de definir qual a melhor técnica a ser adotada. Por isso é essencial que a gestante faça um pré-natal rigoroso, para que tenha nas mãos todas as informações necessárias, que a ajudam a optar pela melhor alternativa.